Professores no Namibe ( Cães com coleiras)

           Bem, não sei com exactidão se este tema é mesmo pra ser assim, mas pra não ferir a sensibilidade eu evitei intitula-lo de : professores com coleiras como cães.

           Vou tentar ser muito, mas muito mesmo objectivo, já que alguns dos meus amigos, reclamaram dizendo tuas crónicas são óptimas, só que algumas são muito longas, então aqui vou ser rapidinho e objectivo, ou seja pelo menos vou tentar.

             Considero engraçado a maneira como os professores aqui na província do Namibe são obrigados a apresentarem-se de gravatas, ou seja de maneira hiperformal, como que se de pessoas todas iguais se tratassem; não sou de criar problemas por isso cumpro as ordens que os chefes lançam sobre mim; mas atenção que não estou dizendo que cada professor podia vir se apresentar como quisesse; onde as mulheres podiam vir de tchuna baby, sei lá; sou adepto de uma apresentação formal a medida que não desperta nem chame a atenção. Porque aqui os professores dão uma imagem de que são todos cães sob coleiras, de que pra estarem quietos ou na linha têm que serem postos em cordas no pescoço em forma de gravata; é perigoso quando começamos a achar que o exterior determina o interior, aliás é muito perigoso mesmo que até tem aquela passagem barata dizendo. Quem vê cara não vê coração.

O que acontece aqui é que existem variadíssimos professores com gravatas e fatos de altos preços invadindo as salas de aulas e ensinando sei lá quê; mas que na esquina do final de semana enchem as discotecas com coletes, tchunas babys etc. E pra variar, ali eles, dançam, bebem, se prostituem diogam (vomitam) em fim coisas que só vendo é que acreditamos, e tudo isto acontece aos olhos dos mesmos alunos em que ele na segunda-feira se vai apresentar de gravata; quer dizer o professor fica alia a fazer um papel de hipócrita puramente falso com a gravata puramente afinada, que até alguns se põe a moralizar os alunos. Outros até nem conhecimento psicopedagogico como tal possuem, precisam mais é de aprender de moral do que de ensinarem, mas como as cordas no pescoço é mesmo apertada, têm que falar pra aliviar.

              Sou adepto de que o exterior não determina o interior; erros destes foram vistos no historial da psicologia onde os frenólogos julgavam os temperamentos a partir das características exteriores, suas teorias foram tão perto que acabaram desconhecidas e sem aceitação; o que precisa-se em minha análise é trabalhar e ensinar os nossos caros professores a usarem a verdadeira gravata; não esta de que pra ser usada é necessário fazer o laço, e pra ser usada precisa-se de um anel ou gancho; estou me referindo da gravata psíquica; ou melhor devem ensinar aos nossos professores a simplicidade humildade, princípios éticos deontológicos como bens prioritários a serem aprendidos e posto em pratica; se não seria como que manter o cão acorrentado por algumas horitas; e depois é liberto onde vai pra as ruas com a garra e o impulso da prisão, onde ele vai e faz o bem entender.

                Não aprendi a ser falso, nem hipócrita, sou real e autêntico, e pra mostrar aos meus alunos pergaminhos de que não sou velho, nem um homem preso as cordas ou gravatas, faço o meu corte (Galo). Onde vejo compensada a frustração da gravatas, e a minha vontade em libertar-me daquela corda; e até penso que é por isso que nossa Angola anda assim; penso que é só por uma questão de mal se estabelecer as prioridades; nós aqui nossas prioridades são erradas; valorizamos Mais o material do que  o espiritual; é como que se preferíssemos acreditar ao deus gravata, deus Zé , deus dinheiro, do que ao Deus celestial; Em todas as situações mundo e por aí a fora, as questões espirituais (mente) ficam sempre em primeiro plano, por isso é que parte  maior dos países desenvolvidos possuem a melhor educação, porque priori saram a formação, o intelecto, e não as gravatas.

                     Mas seja como for isso não garante, nem é uma verdade absoluta, até porque não há verdade absoluta, é simplesmente o meu entender, o que eu acho da situação, e acho que são aspectos que o nosso chefe Pacheco Francisco que até é meu amigo tinha que velar e se possível corrigir, estabelecer padrões não necessariamente universais e rígidos , onde a opção é a gravata ou a bata, mas sim fazer um aperto rigoroso aos aspectos do saber ser e saber fazer,  que os seminários aos sábados não sejam apenas encontros de fofocas onde se fala de matéria académica somente uns minutinhos e depois todo vira uma assentada ou fogueira sem lenha nem carvão; é por isso que eu não tenho estado a participar, não sei ser falso, se tiver que fazer uma coisa desnecessária terá que ser por minha livre e espontânea escolha, e não por obrigação.

            E aos meus colegas se puderem ler isto, saibam que não tenho nada contra vocês, a culpa também afinal não é nossa, é de lá em cima, de em cima, em cima, em cima mesmo, esse nosso kota aqui no Namibe, só esta tentar melhorar as coisas; Mas agora não sei se ele sabe aquela frase de 2 Pac Shakur ( é tentando melhorar que acabamos piorando).  Rsrsrsrsrsrsrssrsr então não tenho mais nada a espelhar aqui, acho que os entendidos já sacaram qualquer coisa aqui, como dizem os nossos primos ou amigos brasileiros. (Pode aprisionar meu pescoço; mas nunca minha alma).

Enoch Livulo